Análise da conjuntura do mercado mundial para a região e o comércio do trigo foram analisados pela FARM na EXPOINTER 2014

fotoExpointer2014Representantes da FARM se reuniram no fim da tarde desta quinta-feira (04.09), com participação de membros do grupo no Brasil, na Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai. Entre as pautas da reunião estava uma análise da conjuntura do mercado mundial e projeções para até 2023

Atualmente, o MERCOSUL possui acordos de comércio assinados com 22 países, mas vigentes são apenas com 15 países. Isso significa acesso de menos de 5% ao mercado mundial. A FARM se propôs a estudar mais aprofundadamente a questão e ver o que pode ser feito para inserir ainda mais os países do bloco no mercado internacional. O MERCOSUL enfrenta dificuldades intrabloco que também precisam ser resolvidas para que se torne mais comercial e menos político. Como uma opção bastante atrativa de mercado foi citada a Rússia, que vem adotando medidas para diversificar as origens dos produtos importados para não ficar dependente de alguns países. De acordo com um estudo da CNA, em 2013, o Brasil vendeu 191 mil toneladas de carne para o país e ainda existe um potencial muito grande para os próximos anos.

O economista da FARSUL, Antônio da Luz, aproveitou a ocasião para explicar a situação do cenário de trigo no Brasil. De acordo com ele, a projeção para consumo na temporada 2014/15 é de 11,9 milhões de toneladas. Deste total, 6,2 milhões de toneladas devem vir da safra nacional (já levando-se em consideração a redução da safra do RS em virtude do excesso de chuvas na época do plantio), que deve ter alta de 18% no ano. A Federação gaúcha solicitou ao governo que sejam tomadas algumas medidas para ajudar a conter o cenário negativo para o cereal nos próximos meses. “Pedimos que o governo realize operações de AGF (Aquisições do Governo Federal), liberação de recursos para que os produtores possam armazenar o trigo e vender em um momento mais propício e que use dos mecanismos disponíveis para garantir o preço mínimo. Porém, todas estas são medidas paliativas que resolvem o problema de curto prazo do cereal, mas não fazem com que o mercado fique bom para o triticultor”, explicou da Luz.

A questão do trigo brasileiro é importante para os países do Mercosul, pois países vizinhos como Argentina e Paraguai ajudam a suprir a demanda interna. Estes países podem vendem o cereal sem a Tarifa Externa Comum (TEC) de 10%, que foi suprimida recentemente para a aquisição de trigo de outros países como Estados Unidos e Canadá, mas já voltou a vigorar. “O governo brasileiro nos garantiu que a medida não deverá ser tomada novamente no curto prazo, o que faz com que o cenário não piore ainda mais, mas também não traz melhorias”, obersou o economista.

Também entrou na pauta da reunião uma possível capacitação e qualificação para jovens, que ficaria a cargo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O programa não seria apenas referente ao agronegócio, mas englobaria também temas relacionados ao ramo empresarial e línguas estrangeiras.

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